Capitão da Polícia impacta professores ao falar de EDUCAÇÃO

O Capitão da Polícia Militar, Styvenson Valentim, criticou na Câmara Municipal de Natal os velhos métodos utilizados na Escola Estadual Maria Ilka de Moura. Valentim é um dos policiais que, junto do CPM do 9º Batalhão de Bom Pastor, estão mudando a realidade de uma violenta escola de Natal.

Capitão Styvenson apresenta modelo piloto de gestão escolar

Um dos grandes problemas nas escolas do município localizadas em regiões periféricas da cidade é a violência. Com o objetivo de discutir formas que possam reduzir a violência escolar, a Câmara Municipal realizou a audiência pública na tarde desta quinta-feira (5) por proposição da vereadora Eleika Bezerra.
Um dos modelos apresentados foi o do policial militar capitão Styvenson Valentim, que criou um modelo misto de gestão em parceria com a direção da Escola Estadual Professora Maria Ilka de Moura, no bairro Bom Pastor. De acordo com ele, antes havia grandes índices de criminalidade e violência foram praticamente zerados. Os números só não são melhores porque a violência é praticada por pessoas de fora da escola. "Pelas estatísticas de 2015, antes da gente assumir a escola, até 2017, quando a gente começou na escola, a invasão, furto, arrombamento, saque, tudo era mais presente, mas hoje já reduziu bastante. O processo de educação é longo, mas, a princípio, o resultado imediato da nossa ocupação foi que sumiu, extinguiu a violência e a evasão", pontuou.
O oficial da Polícia Militar explicou que o projeto desenvolvido segue um modelo de ocupação. Ele frisou que a escola não é militar, mas que oferece o espaço para que a Polícia atue como ferramenta auxiliar ao ensino. "A escola não é militar. É mista. A escola tem administração e ensino feita por diretores, gestores e pedagogos civis. A Polícia Militar entra com a ocupação dando a estrutura de doutrina militar para balizar o aluno de forma que ele esteja apto ao ensino", disse ao lembrar que os altos custos de pessoal qualificado e ainda de manutenção da estrutura escolar impedem que a unidade de ensino seja militarizada.
A vereadora Eleika Bezerra, que preside a Comissão de Educação da Câmara Municipal de Natal, se disse feliz com os debates e com as alternativas apresentadas. Ela espera que algumas sejam implementadas. "O grande desafio para todos nós é como enfrentar uma vida de paz, sem violência. O problema não é dos menores. O problema é dos maiores. Acho que algumas ideias que aqui ficaram devem ser repassadas para que possamos ter um ambiente educacional melhor", disse.
A representante da Secretaria Municipal de Educação, Edna Galvão, parabenizou a Câmara pela iniciativa em propor o debate. Ela observou que a violência extrapola o ambiente escolar, mas pontou que algo precisa ser feito. "Com relação à violência, a gente entende que é algo que extrapola o ambiente escolar. Vários determinantes econômicos, sociais, culturais, políticos e ideológicos refletem diretamente. Mas algo precisa ser feito e vimos alguns exemplos aqui. Nós somos capazes de reproduzir a violência, mas nós também somos capazes reproduzir a paz", analisou.
O capitão Styvenson explicou que a Polícia está presente na escola praticamente todos os dias da semana e que a escola funciona aos finais de semana por conta da grande aceitação dos alunos, mas ponderou que enfrenta a resistência de alguns professores. "Nosso maior problema são de alguns operadores do ensino, como professores, que não aceitam a ordem e a disciplina, mas as crianças aceitaram muito bem. Elas estão em um ambiente de vulnerabilidade social e querem uma referência, querem algo para seguir, tanto que elas cortam o cabelo porque nos dizem que querem ser policiais um dia", finalizou.
Texto: AssessoriaCMN/Marcius Valerius
Fotos: Elpídio Júnior / Verônica Macedo

Publicado em 15 de abr de 2018

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