Em 2015, 129 crianças desapareceram em PE, diz Cremepe

Números foram apresentados na quarta-feira (25), em Olinda.
Médico que estava desaparecido na Mata Sul se apresentou no DHPP.No ano passado, 129 crianças desapareceram em Pernambuco. Em 2014, foram 162. Os números, divulgados pelo Conselho Regional de Medicina do estado (Cremepe), foram apresentados na quarta-feira (25), durante uma roda de diálogo no Teatro Tabocas, no Centro de Convenções em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). [Veja vídeo acima].


A mesa faz parte da programação da 3ª Mostra Internacional de Semanas do Bebê, que começou na última segunda-feira (23) e segue até domingo (29). O evento é promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com a Prefeitura do Recife (PCR).

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, no Brasil, cerca de 250 mil crianças estejam desaparecidas. Já no cadastro do Ministério da Justiça, constam 370 casos que ainda não foram solucionados. “Até hoje, o site é desatualizado. No Brasil, são 50 mil todos os anos, é um a cada 15 minutos. Só São Paulo tem metade disso” informa o diretor do Cremepe, Ricardo Paiva.
Em 2011, o problema fez o Conselho Federal de Medicina (CPM) criar o Movimento Afetivo de Resgate à Criança, que procura mobilizar instituições de todo o país no sentido de evitar novas ocorrências e encontrar essas pessoas. Para isso, foi concebido um site, que, além do portal do governo federal, também publica dados sobre o assunto. Nele, há uma lista com fotos, nomes e informações de desaparecidos.

“Resolvemos fazer uma campanha de orientação ao médico, que ele procurasse pesquisar, porque cada criança vai precisar, em algum momento, ou de um pediatra ou de Programa de Saúde da Família. Então, pesquisar hematoma, equimose, qual o grau de empatia dessa criança com quem estava acompanhando e, em caso de suspeita, procurar ou o Conselho Tutelar ou a polícia para poder flagrar maus tratos ou mesmo se a criança foi subtraída”, explica Paiva.

Quando uma pessoa desaparece, a primeira atitude que a família deve tomar é contatar amigos próximos e, só depois, prestar uma denúncia na delegacia. Antes, os parentes tinham que esperar 48 horas para fazer o procedimento. Agora, é preciso conhecer os hábitos da pessoa, segundo o delegado José Cláudio Nogueira, gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

“Tem pessoas que saem de casa e não têm o costume de avisar, passam dois ou três dias fora de casa, e a família só vai perceber o desaparecimento depois de algum tempo. Mas, se você observa alguma mudança na rotina dessa pessoa, é muito importante que a família se antecipe, buscando contatos com pessoas próximas. Pessoas do convívio dela, saber o último local onde ela esteve e com quem”, afirma.
Família iniciou divulgação de fotos do médico para tentar encontrá-lo  (Foto: Reprodução/Facebook )Família chegou a divulgar fotos do médico para
tentar encontrá-lo (Foto: Reprodução/Facebook )
DHPP
O médico Rafael Jota Alves Maia, de 30 anos,que estava desaparecido desde o dia 18 de maio, se apresentou na manhã desta quinta-feira (26) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele foi encontrado na tarde de quarta na casa de um amigo em São José da Coroa Grande, na Mata Sul do estado. O médico é da cidade vizinha de Barreiros.

Em depoimento, Rafael disse que tinha ido, com amigos, a um sítio localizado no município onde foi encontrado, depois de trabalhar normalmente no dia 18. Segundo ele, o sinal de celular no local era ruim, o que o teria deixado incomunicável. O médico decidiu voltar para casa quando soube que a polícia estava à procura dele. O delegado Mauro Cabral, responsável pela investigação, disse que não identificou nenhuma conduta criminosa.

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