Rússia diz para Síria entregar armas químicas para evitar ataque

Segundo a Rússia, o regime sírio pode evitar um ataque se colocar as armas químicas sob o controle internacional e entrar para a Organização para a Proibição das Armas Químicas

A Rússia iniciou nesta segunda-feira (9) uma tentativa diplomática para resolver a crise na Síria e evitar uma intervenção militar no país por parte dos Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a Rússia apoia um acordo em que os EUA deixem de atacar o país se a Síria entregar ou até destruir as armas químicas sob controle do regime de Bashar al-Assad.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, tenta uma saída diplomática para a Síria (Foto: Alexander Zemlianichenko/AP)Segundo Lavrov, o regime sírio deveria colocar os lugares onde se guardam as armas químicas sob o controle internacional e entrar para a Organização para a Proibição das Armas Químicas. Essa saída poderia ser suficiente para evitar que Estados Unidos e França bombardeiem o país como punição pelo uso de armas de destruição em massa. "Se o estabelecimento do controle sobre as armas químicas na Síria ajudar a evitar o ataque, a Rússia se somará imediatamente a este processo para pedir a cooperação de Damasco e que se proceda a destruição total destas armas", disse Lavrov.
A proposta russa surgiu após o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, falar durante discurso que a Síria poderia evitar o ataque se entregasse todo o seu arsenal químico à comunidade internacional. Kerry, no entanto, usou o argumento como exemplo, e o governo americano divulgou uma nota dizendo que não se tratava de uma proposta formal, mas apenas um recurso retórico. Apesar disso, os americanos disseram que estudarão a proposta russa.
Já o regime de Bashar al-Assad elogiou a atitude do governo da Rússia. O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallen, disse que defende uma saída diplomática para evitar uma "agressão americana". "Declaro que a República Árabe da Síria elogia a iniciativa russa, partindo da preocupação dos dirigentes sírios pela vida de seus cidadãos e a segurança em nosso país", disse Muallem. O ministro, no entanto, não disse se o regime está ou não disposto a destruir suas armas de destruição em massa.
Rússia diz que destruiu suas armas químicas
A Rússia também anunciou nesta segunda-feira (9) que já destruiu 76% de seu arsenal de armas químicas, seguindo a Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas, em vigor desde 1997. Segundo esse documento, os 195 países que a assinaram - Rússia e EUA possuem a maioria dessas armas - estão obrigados a desmantelar todo o seu armamento químico.
O último país a utilizar armas químicas foi o Iraque, sob comando de Saddam Hussein, primeiro na guerra contra o Irã e depois, em 1988, contra a cidade curda de Halabja.
bc

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