Novo valor-base do ICMS faz com que gás de cozinha suba para R$ 60

Revisão no preço considera  aumento de R$ 37 para R$ 50 do valor-base do ICMS estadual (Foto: Leonardo de França)Em menos de seis meses, o preço do gás de cozinha terá novo aumento a partir de hoje (2). A alteração leva em conta o novo valor base do ICMS (Imposto sobre Mercadorias e Serviços) estadual, que era R$ 37 e subiu para R$ 50, afetando as distribuidoras de GLP (Gás Liquefeito do Petróleo) em Mato Grosso do Sul.
De acordo com a presidente do Simpergasc/MS (Sindicato das Micro, Pequenas Empresas e Revendedores Autônomos de GLP), Neusa de Fátima Borges, o gás de cozinha pode chegar a R$ 60.
“Os empresários não têm como custear isso sozinhos e, além de tudo, aumentou o preço do litro da gasolina, o que complicou mais. Não vamos repassar tudo, se não o consumidor vai assustar”, ressalta.
Reajuste de setembro trata-se de dissídio coletivo, diz sindicato
Em 1º de setembro de 2014, houve reajuste de 6,25% no gás de cozinha e o consumidor começou a pagar até R$ 5 a mais pelo produto. De acordo com a presidente do sindicato, o reajuste é realizado anualmente em setembro e trata-se de dissídio coletivo dos trabalhadores dos derivados de petróleo.
Na época, os revendedores de gás de Campo Grande estavam com medo de fazer o repasse para os consumidores por causa da concorrência clandestina e do medo de perderem clientes.
O dono da Vailton Gás, Vailton Leandro, diz que esse aumento vai prejudicar as vendas da empresa, que fica na região do Serradinho, mas o que preocupa são os consumidores, que acabam comprando de clandestinos na busca de um custo mais baixo. “Eu vendo um gás por R$50 e o clandestino oferece o dele por R$40, isso é desleal”, afirma.
Para o dono de uma revendedora na vila Piratininga, Mauro José Franco Miranda, o estoque de gás é um giro diário, e ele vai tentar segurar o preço para não repassar repentinamente para os consumidores. “Nesse período de alta de preços, as vendas com certeza irão cair, e as pessoas vão pechinchar mais, até achar um clandestino que venda R$ 10 mais barato”, comenta.
Segundo ele, a atitude é perigosa para o consumidor. “Além de atrapalhar nossas vendas, os clandestinos não colocam os 13 quilos necessários no botijão”, conta.
Por Renata Volpe Haddad     

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