Metade do lixo produzido em PE não recebe tratamento adequado

Dez mil toneladas de resíduos são produzidas por dia no estado, diz IBGE.
Prefeituras não sabem como vão cumprir nova regra para tratar entulhos.

Do G1 PE
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Dez mil toneladas de lixo são produzidas diariamente em Pernambuco. Mais da metade de toda essa sujeira não recebe o tratamento adequado, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma lei nacional determina que, a partir do próximo ano, os resíduos só poderão ser colocados em aterros sanitários. No entanto, muitas prefeituras do estado ainda não sabem como vão cumprir essa norma.

De acordo com a Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos, áreas onde o lixo é descartado sem nenhum tipo de tratamento serão proibidas no Brasil a partir de janeiro de 2014. A nova regra estabelece que os resíduos sólidos só poderão ser despejados em aterros sanitários e que a coleta e tratamento do lixo serão de responsabilidade das prefeituras.

Segundo levantamento feito pela Agência Pernambucana de Meio Ambiente, apenas dezenove municípios possuem espaços adequados. Isso significa que mais de 70% das cidades despejam resíduos em lixões. Preocupados com o prazo dado pela Justiça para se adequar à nova lei, representantes de várias cidades estão se reunindo para discutir o assunto.

“Vai ser muito difícil cumprir o prazo, mas estamos vendo a solução tecnológica mais adequada. Estamos estudando e definindo qual o modelo de gestão mais apropriado para cada região do estado”, disse o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota.

Em Taquaritinga do Norte, no Agreste, a prefeitura criou um consórcio com outras dezessete cidades da região. “Para a gente ter a força do pleito maior e chamar as atenções de todas as outras esferas orgânicas... O município sozinho não tem como resolver o problema”, comentou o prefeito Evilásio Araújo.

No centro de tratamento de resíduos, que fica em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, chegam mais de 3 mil toneladas de lixo todos os dias. A empresa presta serviço a prefeituras e é responsável pelo tratamento dos resíduos sólidos do município, além de Paulista, Recife, Moreno e Cabo de Santo Agostinho. “É importante a aplicação da coleta seletiva nos municípios para que venha para o aterro sanitário só aquilo que não possa ser reciclado”, explicou o diretor técnico do centro, Fábio Lopes.

Para a pesquisadora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), professora Soraya El-Dier, a capacitação de novos técnicos é a solução mais adequadas neste momento. “A educação ambiental e a capacitação dos seus técnicos em prefeituras são fundamentais para a gente começar a ter a gestão ambiental plenamente implantada em todos os espaços", comentou.

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