Islamitas afirmam ainda manter reféns em shopping no Quênia

Governo queniano disse ter assumido controle da situação em Nairóbi. Ataque no sábado deixou ao menos 62 mortos e 63 desaparecidos. Do G1, em São Paulo Soldados quenianos entram no Shopping Westgate, em Nairóbi, (Foto: Ben Curtis / AP Photo) Soldados quenianos entram no Shopping Westgate, em Nairóbi, (Foto: Ben Curtis / AP Photo) O grupo armado que atacou no sábado um centro comercial de Nairóbi, capital do Quênia, ainda detinha na manhã desta terça-feira (24) reféns vivos, afirmam em sua conta no Twitter os islamitas somalis da Al-Shebab, que reivindicaram o ataque. "Os reféns detidos pelos mujahedines no interior do (shopping) Westgate ainda estão vivos, comovidos, mas vivos", escreveram nesta terça-feira os membros das milícias shebab, afiliados à rede terrorista da Al-Qaeda, em sua conta no Twitter. Embora o governo do Quênia tenha informado na segunda que havia conseguido dominar o grupo de radicais islâmicos que matou 62 pessoas no shopping, os militares continuam a operação pente-fino por todas as lojas do centro comercial. Há relatos de que tiros foram disparados dentro do complexo nesta terça. Segundo a agência EFE um comandante relatou nas primeiras horas da manhã que a operação não está concluída. A agência Reuters noticia que militares mataram seis rebeldes dentro do shopping. Soldados do exército queniano patrulham região onde está localizado o prédio invadido po rterroristas. (Foto: Sayyid Azim Curtis / AP Photo) Soldados do exército queniano patrulham região onde está localizado o prédio invadido po rterroristas. (Foto: Sayyid Azim Curtis / AP Photo) As autoridades quenianas começaram a identificar integrantes do grupo terrorista. De acordo com a ministra das Relações Exteriores Amina Mohamed, em entrevista à TV americana "PSB", "dois ou três jovens americanos e uma mulher britânica figuram entre os terroristas" que atacaram o shopping Westgate. Amina Mohamed está em Nova York, nos Estados Unidos, para a Assembleia Geral da ONU. Anteriormente, o ministério do Interior do Quênia informou em sua conta de Twitter que as forças de segurança "tomaram o controle" do shopping atacado por membros da milícia islâmica radical Al-Shabab, no último sábado (21). Segundo o comunicado, as tropas ainda vasculham o shopping em busca de terroristas. Lenku acredita que todos os reféns foram libertados. O balanço do ataque até agora é de 62 mortos e 63 desaparecidos, segundo a Cruz Vermelha. As forças especiais quenianas já não encontram resistência no edifício, havia afirmado nesta segunda-feira à noite à France Presse o porta-voz do governo queniano, Manoah Esipsu. 'Acredito que todos os reféns tenham sido retirados, mas não queremos nos arriscar', explicou. saiba mais Leia mais notícias sobre o ataque ENTENDA: Quem é o Al-Shabab? 2011: G1 visitou maior campo de refugiados do mundo, no Quênia Mais cedo, o ministro do interior, Joseph Ole Lenku, havia dito que três terroristas do movimento islamita Al-Shabab, que assumiu a autoria do ataque, foram mortos em confrontos nsta segunda. Dez suspeitos foram detidos para interrogatório. Segundo ele, o tiroteio de sábado começou no supermercado Nakumat, dentro do shopping. mapa quenia v. 2 (Foto: 1) O comandante do exercito do Quênia, Julius Karangi, já havia antecipado que os membros do grupo que atacaram o centro comercial "vinham de diferentes países", falando, por isso, de "terrorismo mundial'. Al-Shabab O ataque foi assumido pela milícia radical islâmica somali Al-Shabab, que afirma ter matado "mais de cem" pessoas em represália pela presença
de militares do Quênia na missão da ONU na Somália. O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, afirmou que seu sobrinho e a noiva dele estão entre os mortos. "Eu mesmo perdi membros da minha família no ataque", afirmou em um discurso dirigido à nação, prometendo punir os responsáveis pelo ataque. Câmeras de vigilância gravaram o ataque Segundo imagens captadas por câmeras de segurança às quais o jornal queniano "The Standard" teve acesso, uma dúzia de criminosos invadiu o centro comercial Westgate no sábado. As imagens confirmam a versão das testemunhas de que um comando islamita, armado com granadas, rifles e pistolas, invadiu o shopping por duas entradas distintas. No domingo (22), já haviam sido divulgadas pela TV chinesa "CCTV" imagens gravadas com um celular que mostram os momentos de pânico vividos dentro do shopping. No vídeo, clientes correm e se escondem atrás de prateleiras, com ruídos de tiros constantes. (assista ao lado) A maioria dos criminosos entrou pela porta principal, lançando granadas e atirando contra clientes de uma cafeteria. Outro grupo entrou na galeria comercial pelo estacionamento, disparando contra um guarda antes de se dirigir aos andares superiores, onde uma rádio local organizava uma festa. Logo depois de entrar, os islamitas lançaram duas granadas contra a multidão, mas apenas uma explodiu. De acordo com testemunhas citadas pelo jornal, os islamitas forçaram as pessoas que estavam no centro comercial a recitar ao menos o início da Shahada, uma fórmula pronunciada pelos fiéis muçulmanos. Os que eram incapazes de fazê-lo eram mortos a sangue frio. Segundo omesmo jornal, o grupo que invadiu o local pela entrada principal seguiu logo depois aos andares superiores do shopping. As imagens das câmeras de vigilância também mostram os criminosos atirando contra as portas dos banheiros, depois de supostamente terem descoberto que muitas pessoas estavam refugiadas nos sanitários. Depois, uma parte do grupo se dirigiu ao cinema do centro comercial, enquanto outra parte tomava o controle de um supermercado dentro do edifício. Em uma declaração publicada na internet, o porta-voz dos shebab, Ali Mohamud Rage, ameaçou matar os reféns diante da pressão exercida contra eles por "Israel e outros governos cristãos". "Autorizamos os mujahedines do interior do edifício a realizar ações contra os prisioneiros", disse. tópicos: Quênia, Somália

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